Laboratório de Conforto Ambiental

De acordo com dados do Balanço Energético Nacional os edifícios são responsáveis por 48% de toda a energia elétrica utilizada no Brasil. Tanto em edifícios residenciais como comerciais, este consumo pode ser explicado pela necessidade de sistemas de climatização, de iluminação e equipamentos que permitem o desenvolvimento das atividades humanas dentro dos espaços construídos. Com a evolução da tecnologia e o desenvolvimento de novos sistemas artificiais para a iluminação e o acondicionamento de ar, houve uma contribuição importante para o conforto ambiental dos espaços construídos e para o desenvolvimento de atividades produtivas. Entretanto, o desenvolvimento destes sistemas e a disponibilidade de energia tem feito com que os arquitetos ignorassem as características climáticas locais onde o projeto será construído, tendo por resultado a dependência e o uso indiscriminado de tais sistemas. Atualmente esta dinâmica ? não apenas no setor da construção, mas também no setor industrial ? tem levantado uma preocupação em tópicos como disponibilidade dos recursos energéticos não renováveis, uso eficiente destes recursos, alternativas renováveis para a geração de energia e mudanças climáticas. Por outro lado, adequar a arquitetura ao clima local significa conceber espaços que criem condições de conforto favoráveis às atividades humanas desenvolvidas dentro deles. Desta forma, uma proposta de uma arquitetura bioclimática consiste no projeto de edificação que tire proveito das condições de clima local (Sol, vento, umidade, entre outros) para controle dos processos de transferência de calor, visando garantir as condições de conforto higrotérmico sem utilizar necessariamente sistemas mecânicos de climatização. Assim, para que o projeto seja mais coeso na sua proposta, entende-se que estas estratégias participem desde a concepção do projeto, reforçando o partido arquitetônico adotado. Adicionalmente, hoje em dia, com a disseminação da geração de energia por fontes alternativas como solar e eólica, o projeto bioclimático permite ampliar seu escopo para integrar estes sistemas na edificação destacando ainda mais sua importância no impacto ambiental da construção civil. Desta forma, o projeto será mais eficiente no uso dos recursos energéticos disponíveis, sem degradar as condições ambientais, isto é, dentro do contexto do desenvolvimento de uma arquitetura sustentável. Estes princípios de arquitetura bioclimática cobram uma importância ainda maior hoje em dia em que existem pesquisas científicas consolidadas que evidenciam um aumento progressivo da temperatura terrestre. Diferentes estudos apontam que, entre o final do século XIX e início do século XX, as temperaturas apresentavam comportamento praticamente invariável. Entretanto, nos últimos 100 anos, verificaram uma tendência de aumento, citando +0,12°C em Quito, no Equador e +0,60°C em São Paulo, no Brasil. Desta forma, se reconhece, para fins de realização deste projeto de pesqusa, que as mudanças climáticas são um desafio-chave global para o século XXI. Considerando os impactos das mudanças climáticas nas estratégias de projeto, estuda-se o potencial bioclimático dos cenários climáticos futuros dos diferentes relatórios do IPCC, com a finalidade de melhorar a compreensão e a tomada de decisões projetuais para o planejamento das edificações. Assim, o principal objetivo deste projeto é formar recursos humanos através de pesquisas relacionadas aos princípios de arquitetura bioclimática, desempenho térmico da envoltória, eficiência energética em edificações e aproveitamento dos recursos energéticos renováveis, como radiação solar, luz natural e vento, para contribuir com o desenvolvimento sustentável do setor da construção civil..

Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (3) / Mestrado acadêmico: (6) / Doutorado: (3) .

Integrantes: Martin Ordenes Mizgier – Coordenador / Bianca Milani de Quadros – Integrante / Izabella Gularte – Integrante / Emeli Lalesca Aparecida da Guarda – Integrante / Fernando Simon Westphal – Integrante / Mariane Brandalise – Integrante / Fernando Almeida – Integrante / Júlia May Vendrami – Integrante / Lidiane Richartz – Integrante.

---